BR Angels cria fundo de R$ 15 milhões para investir em 10 startups
O BR Angels, associação de investimento anjo, anuncia nesta sexta-feira (15/3) a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP) de R$ 15 milhões em parceria com a ID Gestora. O veículo, exclusivo para associados do grupo, é destinado ao investimento em startups e tem previsão de realizar cerca de 10 aportes.
O modelo será utilizado em conjunto com o formato tradicional de investimento-anjo, quando são feitos aportes diretos como pessoas físicas ou jurídicas a partir de contratos de mútuo conversível. “Somos uma associação de investidores-anjo, isso não mudou. Com a parceria, vamos usufruir de um fundo que é mais uma opção de investimento para os nossos associados. Não somos uma gestora, não entendemos de CVM [Comissão de Valores Mobiliários], não queremos perder o DNA de anjo que quer aportar direto na startup, mas é uma evolução no modelo”, declara Orlando Cintra, fundador e CEO do BR Angels.
O fundo de R$ 15 milhões recebeu investimento de 93 cotistas. Trata-se de um FIP não listado, ou seja, que não está na Bolsa de Valores, e teve a participação exclusiva de associados do BR Angels – ao todo, a rede soma cerca de 270 investidores-anjo. Cintra vislumbra a possibilidade de estruturar novos veículos no futuro. “Dado o sucesso da operação, com os benefícios desse modelo, pensamos em criar mais FIPs, maiores, no futuro. É difícil colocar no ar, juntar os investidores, mas uma vez que está pronto, a operação é mais fácil”, aponta.
Na opinião do CEO, o modelo traz facilidades e proteções para os diferentes agentes envolvidos na jornada de captação de startups: para o investidor, o processo de investimento e gestão do portfólio fica menos burocrático; para o fundador, o captable fica mais limpo, com menos envolvidos para as próximas etapas de captação e para um eventual momento de exit; para os próximos investidores, o captable mais enxuto também é mais positivo, com menos pontos de contato para conseguir aprovações.
O processo de curadoria seguirá o mesmo já utilizado pelo BR Angels. A mudança acontecerá no momento da assinatura do contrato: caso os investidores interessados também sejam cotistas do FIP, o capital virá dele. Do contrário, o investimento será direto. A ID Gestora prevê que os R$ 15 milhões sejam investidos em até cinco anos, mas Cintra acredita que, pelo histórico do grupo, os aportes aconteçam em, no máximo, quatro anos. Duas startups já foram investidas com recursos do fundo: Agidesk e 4MDG.
A associação ampliou a tese de investimento para startups de economia real, sem tecnologia ou plataforma no core. Entre os segmentos mais visados estão ESG, agro, energia, finanças, saúde e tecnologia. “Com o FIP, queremos aumentar a quantidade de startups que avaliamos por mês de 200 para entre 250 e 300. Não significa que vamos investir mais, mas queremos aumentar o espectro de avaliadas, ampliar o leque”, finaliza.
Fonte: PEGN
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