Neon vira unicórnio e vale US$ 1,4 bi em nova rodada com BBVA

O banco digital Neon acaba de fazer uma nova captação que traz o aguardado título de unicórnio. A fintech levantou US$ 300 milhões (aproximadamente R$ 1,6 bilhão) com o banco BBVA, que comprou 21,7% da companhia – o que levou o valuation do Neon a US$ 1,4 bilhão na transação (pre-money).

O BBVA já era acionista indireto da fintech, por meio de dois veículos, a Propel Venture Partners Global e Propel Venture Partners Brasil. Na soma de participações, chega a cerca de 29,7% do capital do Neon – ou 25,6% em base já diluída após a conclusão do aumento de capital. O banco também alinhou um acordo de acionistas com os fundadores do Neon, cujas condições não foram detalhadas no comunicado ao mercado.

Há pouco mais de um ano, a fintech havia feito uma rodada do mesmo porte. Em setembro de 2020, o Neon havia captado R$ 1,6 bilhão em uma rodada série C liderada pelo General Atlantic, mas que também contou com a participação do próprio BBVA e de outros institucionais de peso como BlackRock, PayPal Ventures, Monashees e Endeavor Catalyst.

A fintech foi fundada em 2016 por Pedro Conrade para fornecer serviços financeiros e ser a conta digital de microempreendedores individuais e pessoas físicas. Em julho de 2020, o banco tinha 9,5 milhões de contas cadastradas e hoje já conta com 15 milhões. O número de transações também cresceu, saltando 178% entre 2020 e 2021.

No meio do caminho, a fintech lidou com o percalço de ter sua parceira mineira Banco Neon liquidada pelo Banco Central, o que fez a instituição de pagamento se associar ao BV (antigo banco Votorantim) para operar.

Em entrevista ao Valor no mês passado, quando anunciou a aquisição da financeira Biorc, Conrade já vislumbrava uma rodada pré-IPO. A oferta pública de ações, segundo ele, viria quando a empresa estivesse na iminência de se tornar lucrativa. “Eu vejo isso chegando entre 12 e 18 meses. Quando bater o break-even”, disse.