Por que o Smart Money é tão importante para a sua startup?
*Por Orlando Cintra, CEO do BR Angels
Existe um meio de give-back que nem todo empreendedor leva em consideração na hora de buscar investimentos para sua startup: a mentoria. Quando precisa levantar recursos para escalar seu negócio, é natural a associação com o capital financeiro. E nada mais.
Mas, como investidor, sei que não basta colocar dinheiro na mão do empreendedor; é preciso ensinar como aplicá-lo. E é por isso que no BR Angels entregamos um ativo que pode parecer intangível, mas tem enorme valor, o capital intelectual, ou seja, todo conhecimento, experiência e network dos nossos investidores em prol do sucesso da startup.
O Smart Money é um dos mais ricos ativos de uma rodada de investimentos e, muitas vezes, se torna mais valioso do que o aporte em si. Para que você no comando de uma startup consiga tirar o melhor proveito do seu tempo e da sua energia nesta jornada, decidimos nos juntar ao Learning Village para cocriar o e-book Smart Money.
Com a participação de nomes importantes do mercado, como Agricio Neto, Alvaro Machado, Flávio Pripas e Renata Zanuto, o livro tem o propósito de esclarecer todas as principais dúvidas sobre os processos de mentoria entre executivos do mercado corporativo e empreendedores do ecossistema de startups.
Amanda Andreone, diretora de vendas da GENESYS e associada do BR Angels, chama atenção para o fato de que nem tudo precisa ser remunerado para ter valor. Por mais que a mentoria não seja paga, há outros ganhos que até mesmo o próprio mentor pode obter ao ajudar o empreendedor.
“Mentoria se faz para o benefício de ambas as partes. O mentor pode querer ser reconhecido como autoridade na área de atuação dele e essa forma de networking é um dos caminhos. É uma troca e uma prática super legal e rica. É uma cocriação de ideias. O mundo é colaborativo. Ninguém vai despontar sozinho”, assinala a executiva.
Outro ponto importante a considerar é que um processo de mentoria tem como principal objetivo a troca de experiências acerca de uma dor ou desafio específico. Não há verdades absolutas ou respostas prontas, pois seu papel é o de provocar reflexões e gerar insights valiosos para o problema em questão.
Por meio de uma boa conversa é possível chegar nas mais diversas conclusões para cada importante tomada de decisão. Que, vale ressaltar, deve ser sempre de responsabilidade do fundador, visto que é o negócio dele que está em jogo.
“Gosto muito de usar como exemplo aquela cena do filme do Ray Charles que o menino não enxerga e a mãe o vê do lado de um escorpião. A primeira reação dela é cuidar do filho, tirar ele de perto. Mas depois ela para e pensa que não vai estar sempre ali. Ele precisa conhecer esse barulho e aprender a se livrar sozinho. E foi super difícil para ela o ver em risco de ser picado, esperá-lo ouvir aquilo e entender que era um perigo e sair de perto. Foi duro para ela, mas foi o melhor a ser feito. Esse é para mim o melhor exemplo do papel da mentoria”, lembra José Roberto Loureiro, membro e associado do BR Angels.
Como este ainda é um olhar muito novo para boa parte dos empreendedores, que no geral buscam captar fundos pensando apenas no dinheiro em si e acreditam já saber o que farão com o capital, é preciso, em primeiro lugar, que aprendam a escolher bem seus mentores, como se preparar, fazer perguntas e pôr em prática suas ideias.
Do contrário, podem acabar colocando seu negócio, sonhos e expectativas nas mãos erradas ou mesmo perdendo excelentes oportunidades com ótimos profissionais por não saberem como pedir ajuda e ser ajudado do jeito certo.
José Bosco Silveira Jr., presidente da Terphane e membro do BR Angels, ressalta também a importância não somente do mentorado perguntar, mas também desafiar o mentor a fazer o mesmo.
“Desafiar o mentor a fazer perguntas também é bastante interessante. Porque às vezes as perguntas trazem mais insights do que as respostas. E muitos mentorados vão em busca somente das respostas. Sendo que uma sessão de perguntas que você ainda não se fez pode ser bem poderosa também”.
É claro que sem o direcionamento correto as probabilidades de algo terminar em desastre aumentam, e muito, como exemplifica Lia Castro, fundadora da Escola de Negócios da Mãe Empreendedora:
“O principal erro de todos é sair aplicando tudo que o mentor fala sem fazer uma análise crítica antes. Às vezes você abre mil janelas e quando você vê está completamente desfocado, o seu negócio tomou um rumo que não é o que você queria tomar. Isso aconteceu lá no começo com a gente. Virou quase outro negócio. Por quê? Porque os mentores também têm isso de serem muito criativos, muito empreendedores. Então, eles trazem muitas ideias e você precisa filtrar. Senão pode acabar não chegando em lugar nenhum.” Ficou interessado e quer mais? Confira o ebook disponível para download gratuito aqui.
Fonte: www.startups.com.br